A dois dias de lhe tocarmos

Faltam dois dias para conhecermos o nosso filho!

Faltam dois dias para o nosso mundo mudar!

Faltam dois dias para o culminar de um processo de quase cinco anos!

Faltam dois dias para aquele que será o mais feliz da nossa vida!

É desta!!!

20 dias depois de nos ligarem a marcar um encontro para actualização de dados, recebemos uma nova chamada do Serviço de Adopções.

«Engraçado... ligaram-nos há dias para marcar uma reunião»,digo eu.

«Pois... mas desta vez é para sabermos se continuam interessados e se é uma boa altura. Temos uma criança para vocês!»

Meu Deus... onde é que está o chão? Fugiu-me debaixo dos pés... 4 anos e 8 meses depois, parece que Alguém se lembrou de nós!

Agora dar-se-à início a uma parafernália de burocracia e de nervos.
 

Um contacto

Quinta-feira, 5 de Julho. A gozar férias, recebemos um telefonema de um número que não conhecemos.

É da Segurança Social - Serviço de Adopções: vamos marcar um encontro para actualizar dados. Ok. É para aquilo que já tentámos duas vezes, mas não conseguimos.

Assim será: dia 14 de Agosto, às 14h30.
 

Nova tentativa

Porque não temos nada a perder, só a ganhar, vamos fazer uma nova tentativa para breve.

Será que é desta que conseguimos marcar uma reunião com as novas assistentes? Se calhar até já são outras...

Veremos!

Hello... ainda à espera...

Parece que, afinal, ainda não chegaram ao nosso ano de processo - 2007. Ok: o nosso é do final do ano de 2007, mas foi de lá que nos disseram que nos ligariam.

E fica a pergunta no ar: não seria bom que as pessoas que têm o nosso futuro na mão conheçam-nos mais do que aquilo que escrevemos e que a anterior assistente escreveu de nós? Não seria bom que conhecessem a nossa cara?

Até preferíamos voltar a fazer a mesma entrevista de há 4 anos, só para termos a certeza que nos conhecem, que nos tocaram para verem que somos reais. Assim como nós teríamos muito prazer em conhecê-las.

Ficamos a aguardar, esperando que para breve!

O primeiro revés

Há 3 anos, quando tudo começou, avisaram-nos que não nos diriam nada até à data da entrega, mas que estariam sempre à disposição para nos receber. Há 3 anos pediram-nos para avisar de alterações na nossa vida que pudesse mudar o destino do processo.

Pois... tentámos!
Ligámos para marcar um encontro com a assistente que seguia o nosso processo: reformou-se.
Ficámos a saber que foi substituída por duas outras assistentes.
Tentámos marcar um encontro com elas... ou apenas com uma: tem que ser com as duas e a outra não podia.
Tentámos uma segunda vez: a uma não podia.

Assim torna-se difícil dar a conhecer que, de desempregada, passei a empregada, entretanto nos quadros de uma empresa. Que isso pode alterar o nosso processo, até porque gostaríamos de voltar à ideia original dos irmãos, impedida na altura porque eu estava desempregada.

Disseram-nos ainda que os processos do nosso ano estavam a ser chamados para actualizações... pois: passaram cerca de cinco meses e ainda estamos à espera do contacto!

A Meio

'So far, So good'

Até agora tudo está a correr bem no novo trabalho. Com mais de metade do primeiro contrato feito, posso dizer que gosto do que faço, a remuneração é boa e o feedback óptimo!

Parece tudo encaminhado para o melhor. Mas não penso muito no que a minha vida familiar depende da profissional. Ambas correm bem, mas é sabido que o 'alargamento' de uma depende da outra. E é essa pressão que não tenho, ninguém ma põe e não a quero vir a ter.

O que sei é que nada está perdido. A garantia que mais cedo ou mais tarde vamos ter um filho, temos. Se serão dois, é que já é também um bocadinho responsabilidade de um trabalho meu.

Mas tudo tem corrido muito bem. Já só faltam pouco menos de três meses. Depois, mais um descanso a dois. Depois, logo se vê.

O que interessa é que o nível de felicidade é bom. E que continuamos os dois uma caminhada que começámos juntos.
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